Sentimento Crônico

Cheio de prosa! Poesia, vide verso!

Textos


Enquanto eu passava roupas
 
 
 
Não! Este lugar não é meu!
Mas daqui fiz meu abrigo
e, assim, abri-te as portas para que entrasses
e escancarei janelas para que o sol te seguisse.
 
Não! O poema não é meu!
Quis fazer-te uma homenagem
mas o poema me falhou.
Pedi socorro a Neruda!
O tropeço do talento é sempre perdoável
porque existe alguma esperança de redenção
num rasgo de bom gosto.
 
Não! Mas tu também não és minha!
Tu, que até te emprestas, jamais te penhoras.
Satisfaz-me, contudo, a doce posse precária
do que é divino e vem de ti.
Melhor que a sina de imperar em domínios de solidão.
 
Porém, eu amo! E este amor, sim, é meu!
Eu que nada mais possuo,
nem a morada, nem o verso, nem a amada...
trago de meu só este amor.
Ele é minha oferenda para ti,
porque quem poupa o coração
até economiza lágrimas,
mas desperdiça a alma em vão.
OBED DE FARIA JUNIOR
Enviado por OBED DE FARIA JUNIOR em 03/06/2010
Alterado em 04/06/2010
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Enquanto eu passava roupas - OBED DE FARIA JUNIOR


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