Sentimento Crônico

Cheio de prosa! Poesia, vide verso!

Textos


Remexendo as gavetas
 
 
          Revirando meus guardados, outro dia, pus de lado diversas fotos minhas registradas aqui e acolá.  As perfilei em ordem cronológica e assisti, por um instante, os efeitos do tempo.  Depois, separei-as por graduação de ânimos: sério, pensativo, triste, contente, extremamente feliz e coisas assim.  Em seguida, realinhei-as por posturas corporais: de pé, sentado, andando, dançando, dormindo, simplesmente olhando, posando descaradamente e por aí foi.  As fotos são momentos condensados em imagens estáticas.

          Nos últimos dias, tentei fazer a mesma coisa com meus textos.  Não deu em nada!


          Numa sequência temporal, não vislumbrei nenhuma evolução lógica de minhas emoções.  Numa distribuição hipotética sobre os ânimos nos momentos em que foram escritos, não foi possível encaixar a maior parte dos textos em alguma categoria específica.  Realinhados quanto à forma só mostraram que o que eu imaginava ser ecletismo, na verdade, é um espelho de quanto sou volúvel.


          Idéias, sensações e sentimentos registrados em palavras também são momentos condensados, tal qual nas fotos.  Só que textos não são imagens estáticas. Ao contrário, têm vida própria e, a despeito de que as palavras pareçam ser sempre as mesmas, na verdade, estão em constante mutação, conforme o estado de espírito de quem as lê.

OBED DE FARIA JUNIOR
Enviado por OBED DE FARIA JUNIOR em 05/09/2009
Alterado em 05/09/2009


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