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Autópsia de uma paixão
Ah! O amor não tem corpo?Talvez lhe falte, sim, cabeça.Porém, há chibatadas no troncoe muita dança de membros.Induz a que se fique sem pernasporque embala esperança nos braços.Mas trucida até a morte a inocênciae deixa o sonho com sangue nas mãos.Como suportar tal peso nos ombros?É inútil tentar manter os pés no chãoquando se nota a corda no pescoço.A provocação incessante de olhos vermelhosnão se resolve com mero jogo de cintura.Afinal, juras de amor feitas nas coxasse transmutam em inevitável pé na bunda.Já retalhei e esgarcei meu peito,retirei as vísceras da almae, em vão, busquei meu coração.Ele foi extirpado enquanto ainda palpitava.Vasculhei tudo e só há suspiros;alguns de saudade e muitos de angústia.Arrependimentos brotam à flor da pele.Definida está a “causa mortis”:egoísmo crônico, falsidade agudae indiferença generalizada.Hora da morte: para sempre! .oOo.
OBED DE FARIA JUNIOR
Enviado por OBED DE FARIA JUNIOR em 04/08/2009
Alterado em 25/03/2012
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