Entre a loucura e o medo
Eu poderia, aqui, ficar me jactando sobre a infinidade de “loucuras” que já cometi nesta vida, pelo simples e inalienável direito que tenho de preservar minhas liberdades. Quais liberdades? Todas! A liberdade de ser, a liberdade de fazer, a liberdade de dizer, a liberdade ir e vir, a liberdade de.... Pouco importa! Liberdade descrita em termos é um contra-senso. Liberdade é liberdade! Liberdade na vida está como um papel em branco para um escritor: a gente preenche como bem quiser.
Ou seja, não quero ficar aqui dizendo que sou mais atrevido – ou mais louco, que seja – do que ninguém na defesa de minhas liberdades. Contudo, tenho comigo a convicção de que qualquer ato nesta vida que coloque em risco o bem estar alheio deve ser sopesado antes de cometido. Penso que cogitados os riscos e assumidas as devidas responsabilidades pelas conseqüências, daí, cada um que se entenda com sua própria consciência.
As loucuras que cometi, sempre – repito, sempre! – levaram em conta o quanto isso poderia gerar de dano a outrem. Quem comete atrevimentos e só coloca em risco a si mesmo é um “louco” elogiável. Usufrui de seu pleno direito de ser livre – e que se vire com as conseqüências. Contudo, quem arrisca de maneira impensada e desmedida ao bem estar alheio, não é um buscador da liberdade é, na essência da palavra, um “louco”, mesmo!
Eu, deliberadamente, jamais colocaria em risco àqueles a quem eu amo e respeito de verdade. Minha liberdade não vale isso! Ser totalmente livre e não ter consideração por mais ninguém é uma conquista solitária demais! Minha opção pessoal é uma liberdade relativa que me permita acudir aos interesses dos seres a quem amo ou, de alguma forma, quero bem.
Medo não é algo que paute minhas decisões; responsabilidade, sim! Pois quem usa uma suposta “coragem” para gerar, sem restrições, eventuais danos a outros, não é um corajoso; é um egoísta!
OBED DE FARIA JUNIOR
Enviado por OBED DE FARIA JUNIOR em 19/01/2009
Alterado em 03/09/2009
