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Ela atravessou a porta totalmente esbaforida. Em meio à sua agitação, notou que aquele cômodo também era completamente revestido de espelhos no teto, no chão e em todas as paredes, como os demais por onde já houvera passado.

De repente, parou aturdida diante de seu próprio reflexo. Obviamente, sua imagem refletida denunciava o quão atônita toda aquela situação a deixava. Ali, parada diante de sua patética figura espelhada, cogitou se realmente valia a pena manter em segredo a informação tão inesperada que lhe havia chegado ao conhecimento; inesperada e absolutamente insólita!

Entretanto, até pela natureza do que havia descoberto, sabia que somente quando chegasse ao fim seria prudente revelar ao mundo aquilo que o bom senso comandava que continuasse secreto.

Ela remoía-se por dentro. Afinal, o destino lhe confiara uma nova caixa de Pandora e havia uma incerteza sobre os efeitos que a revelação pudesse causar. Sentou-se num canto, refletiu e orou. Um misto de excitação e pavor lhe consumia a alma.

Porém, logo tudo isso chegaria ao final e ela, então, não mais teria de resguardar o tal segredo. Ter a consciência de algo que mais ninguém sabe – nem tem como saber! – é um tipo de angústia por demais solitária, pois não está sujeita a atrair solidariedades, até porque os outros sequer suspeitam de sua existência.

Olhou o relógio e o tempo parecia avançar mais rápido. O final do bizarro episódio se aproximava e o enigma não mais haveria de permanecer indecifrável. Levantou-se resolvida a concluir o quanto antes aquela impensável missão. Dirigiu-se à passagem que estava no lado oposto ao que entrara.

Ela atravessou a porta totalmente esbaforida. Em meio à sua agitação, notou que aquele cômodo também era completamente revestido de espelhos no teto, no chão e em todas as paredes, como os demais por onde já houvera passado.

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